A transição de sistemas legados é o passo decisivo para empresas que desejam liderar na era digital. Descubra como superar desafios técnicos, culturais e estratégicos para habilitar a transformação digital sem rupturas drásticas.
TecnologiaVivemos em uma era onde a inovação não é mais luxo, mas questão de sobrevivência. Empresas de todos os setores falam em nuvem, inteligência artificial, hiperautomação, 5G e IoT. Mas a verdade é que boa parte delas ainda está amarrada a sistemas legados criados há décadas, que foram essenciais em seu tempo, mas hoje funcionam como correntes que impedem o avanço.
Segundo o relatório Lifecycle Management 2024 da NTT DATA, 80% das organizações concordam que tecnologias inadequadas ou desatualizadas estão impedindo o progresso e a inovação. Mais grave ainda: 94% dos executivos C-suite afirmam que a infraestrutura legada compromete diretamente a agilidade do negócio. Mesmo diante desse cenário, muitas empresas ainda investem energia em manter estruturas caras, complexas e incapazes de acompanhar o ritmo dos novos negócios digitais.
É como tentar disputar uma corrida de Fórmula 1 com um carro antigo: ele até pode funcionar, mas jamais terá chance contra os novos competidores nativos digitais, que já nasceram preparados para velocidade e adaptação.
Chamar um sistema de “legado” não significa que ele nunca teve valor. Pelo contrário, muitos deles pavimentaram os padrões que usamos até hoje. Ferramentas como o Netcool/OMNIbus, desenvolvido nos anos 90, ajudaram a criar as bases de gestão de eventos e falhas em redes globais. Naquela época, lidar com sobrecarga de dados significava deduplicar e até apagar informações para simplificar a vida dos operadores.
Só que o tempo passou. Hoje sabemos que cada dado é valioso. Aquilo que antes era descartado pode ser usado para treinar algoritmos de machine learning, identificar padrões e antecipar falhas. Ou seja, o que foi considerado desperdício ontem é ativo estratégico hoje.
O problema não está em reconhecer o valor que essas soluções tiveram, mas em perceber que o mundo mudou e os legados não acompanharam. Continuar preso a eles significa abrir mão de inovação, velocidade e inteligência competitiva.
O custo da inércia é mais alto do que a maioria das empresas imagina. Não se trata apenas de licenças caras ou de manter especialistas escassos. O verdadeiro impacto está no que as organizações deixam de ganhar por ainda estarem presas a uma estrutura defasada.
Esse é o custo invisível: enquanto os concorrentes criam novos produtos e experiências, empresas presas a legados ficam apenas “apagando incêndios”.
Por que, então, tantas empresas não avançam? A resposta é simples e incômoda: medo.
O medo de mudar o que “ainda funciona”, o receio de assumir riscos diante de projetos de transformação e a dúvida sobre qual tecnologia escolher. Esse medo é alimentado por processos de compras engessados, como os RFPs tradicionais, que tentam definir o futuro de forma estática em um mundo que muda a cada trimestre.
Segundo pesquisa da TMForum, 66% dos executivos acreditam que os processos atuais de RFP não servem mais para a realidade dinâmica. O futuro é dos ágeis, não dos burocráticos. Mas enquanto isso, muitas empresas escolhem a opção mais “segura”: não fazer nada.
Só que não fazer nada é, paradoxalmente, a escolha mais arriscada. A cada ano de inércia, novos competidores ganham espaço e erodem a relevância dos gigantes lentos.
Modernizar não significa jogar tudo fora e começar do zero. Pelo contrário, as experiências mais bem-sucedidas mostram que a estratégia mais eficaz é evolutiva, não disruptiva. É aí que entra o modelo Leverage, Enhance e Retire.
Essa abordagem permite que resultados sejam alcançados rapidamente, mantendo o equilíbrio entre inovação e segurança operacional.
Esse processo só é viável porque contamos com tecnologias que amadureceram e democratizaram o acesso à inovação. A nuvem oferece elasticidade para escalar sem limites. O machine learning transforma dados brutos em previsões e insights acionáveis. O 5G e o IoT multiplicam a conectividade, aumentando a urgência por arquiteturas mais modernas.
E, principalmente, a automação cria ambientes mais resilientes, reduzindo falhas humanas e acelerando o tempo de resposta em incidentes críticos.
A Caixa Econômica Federal, quarto maior banco do Brasil e segundo maior banco estatal, tinha um problema comum a muitas instituições financeiras: sistemas legados que limitavam sua capacidade digital. Com mais de 146 milhões de clientes, a Caixa precisava se adaptar rapidamente ao crescimento dos canais digitais, atender às regras do Banco Central (BACEN) e lançar produtos como o PIX.
O risco era claro: perder relevância em um mercado cada vez mais digitalizado. O desafio era enorme: como criar um novo sistema de Gestão de Limites mantendo todas as funcionalidades do antigo sistema em COBOL, mas agora em uma arquitetura moderna, escalável e compatível com regulamentações rígidas?
Foi aí que entrou a Stefanini. O projeto incluiu:
O impacto foi imediato. A Caixa passou a ter um sistema moderno, escalável, altamente disponível e seguro, sem deixar de cumprir a Resolução nº 142/2021 do BACEN. Mais importante: conseguiu garantir performance e experiência ao cliente em grande escala.
Os resultados impressionam:
Esse case mostra que a modernização de sistemas legados não é apenas possível, mas estratégica. Ao unir inovação com preservação das funcionalidades críticas, a Caixa e a Stefanini provaram que até mesmo instituições centenárias podem se reinventar para competir na era digital.
Modernizar sistemas legados não é apenas uma decisão tecnológica. É um ato de coragem estratégica. A inércia pode parecer segura, mas é o maior risco para qualquer empresa que deseja permanecer relevante.
No mundo atual, quem insiste em correr com as botas de ferro do passado será ultrapassado por quem já entendeu que o jogo é sobre velocidade, dados e inteligência.
É aqui que soluções como o BRMS da Abaccus se tornam essenciais. Ao externalizar regras de negócio antes presas em sistemas legados, o BRMS oferece agilidade, governança e escalabilidade, permitindo que a modernização aconteça de forma gradual, sustentável e com resultados reais para o negócio.