O que é Machine Learning (ML), como ele funciona, seus tipos, vantagens, desafios e como pode transformar negócios. Entenda também a relação com Inteligência Artificial, Deep Learning e BRMS.
TecnologiaEstamos vivendo a era em que os dados se tornaram o novo petróleo. Mas diferente do petróleo, que precisa ser refinado para gerar valor, os dados só têm utilidade quando transformados em conhecimento. O problema é que o volume atual é tão gigantesco que os métodos tradicionais simplesmente não dão conta. Segundo a IDC, o mundo deve gerar mais de 175 zettabytes de dados até 2025. Imagine tentar encontrar padrões em um oceano infinito de informações sem a ajuda de tecnologia. É como procurar uma agulha em um campo de palha que cresce sem parar.
Nesse cenário, surge o machine learning (aprendizado de máquina) como a ferramenta capaz de transformar caos em clareza. Ele é a ponte entre dados brutos e decisões inteligentes, entre números que se acumulam e insights que impulsionam negócios. Não é exagero dizer que o machine learning está redefinindo a forma como empresas competem, inovam e se relacionam com seus clientes.
Vivemos na era dos dados. Para se ter uma ideia, como disse Holly Robertson, vice-presidente de vendas de soluções de investimento quantitativos do HSBC Global Markets, “De acordo com a IBM, 90% dos dados do mundo foram criados nos últimos dois anos. E provavelmente voltaremos a dizer a mesma coisa daqui a dois anos.”
O problema é que, na maioria das vezes, esses dados ficam guardados em silos, sem gerar valor. É aqui que o machine learning (aprendizado de máquina) entra em cena: transformar essa massa bruta de informações em insights, previsões e decisões inteligentes.
Em termos simples, machine learning é a capacidade de uma máquina aprender com dados, identificar padrões e tomar decisões sem ser explicitamente programada para cada situação. É como se o computador deixasse de ser apenas uma calculadora e começasse a agir como um “aprendiz incansável” que melhora a cada nova experiência..
O ML deixou de ser apenas um tema acadêmico para se tornar um motor de transformação em empresas de todos os setores. Seja no varejo, nos bancos ou na indústria, ele está por trás das recomendações de produtos, da análise de crédito em segundos e até da detecção de fraudes em tempo real.
As empresas que já entenderam isso estão criando diferenciais competitivos gigantescos. Afinal, quem tem acesso a insights mais rápidos toma decisões melhores.
Hoje, o machine learning é aplicado em áreas como:
Aqui está uma confusão comum: IA, ML e Deep Learning não são a mesma coisa. Pense assim:
Em outras palavras, toda técnica de Deep Learning é Machine Learning, mas nem todo ML é Deep Learning.
O funcionamento do ML pode ser comparado ao aprendizado humano: quanto mais prática, mais acertos. O processo segue algumas etapas fundamentais:
Por exemplo: imagine que queremos treinar um algoritmo para reconhecer imagens de gatos. No início, ele recebe milhares de fotos rotuladas como “gato” ou “não gato”. Com isso, aprende que certas características, como o formato das orelhas, os olhos grandes ou o contorno do corpo, costumam estar presentes em gatos.
Depois, testamos o algoritmo com imagens novas. Se ele acerta, ótimo. Se erra, o modelo ajusta seus cálculos internos (o chamado processo de otimização) para reduzir a chance de repetir o mesmo erro. Aos poucos, ele deixa de confundir um cachorro de pelo curto com um gato e começa a acertar em cenários mais complexos, como fotos em ângulos diferentes ou em ambientes com pouca luz.
Esse ciclo de tentativa, erro e ajuste é o que torna o machine learning poderoso. Quanto mais dados variados o modelo recebe, mais nuances ele aprende e mais robusta fica sua capacidade de generalização, aproximando-se cada vez mais do que chamamos de “inteligência artificial aplicada”.
Existem quatro principais abordagens de aprendizado:
Adotar ML nas empresas pode gerar três grandes impactos:
Claro, nem tudo são flores. Implementar ML também traz obstáculos:
O ML já é uma realidade em diversas frentes:
O futuro aponta para uma convergência entre IA, ML e BRMS (Business Rules Management Systems). Enquanto o machine learning aprende com dados e gera previsões, os BRMS garantem que as decisões sigam políticas claras e regras de negócio configuradas. Essa união cria um ecossistema em que empresas não apenas preveem o que pode acontecer, mas também sabem exatamente como reagir.
Na Abaccus, acreditamos que a verdadeira revolução vem dessa combinação: aprendizado automatizado mais regras de negócio inteligentes. Assim, os dados não só contam histórias, mas também guiam decisões consistentes e escaláveis.