Machine Learning já decide o futuro dos negócios. E o seu?

O que é Machine Learning (ML), como ele funciona, seus tipos, vantagens, desafios e como pode transformar negócios. Entenda também a relação com Inteligência Artificial, Deep Learning e BRMS.

Tecnologia
11 minutos
de leitura
Abaccus
29.01.2025

Estamos vivendo a era em que os dados se tornaram o novo petróleo. Mas diferente do petróleo, que precisa ser refinado para gerar valor, os dados só têm utilidade quando transformados em conhecimento. O problema é que o volume atual é tão gigantesco que os métodos tradicionais simplesmente não dão conta. Segundo a IDC, o mundo deve gerar mais de 175 zettabytes de dados até 2025. Imagine tentar encontrar padrões em um oceano infinito de informações sem a ajuda de tecnologia. É como procurar uma agulha em um campo de palha que cresce sem parar.

Nesse cenário, surge o machine learning (aprendizado de máquina) como a ferramenta capaz de transformar caos em clareza. Ele é a ponte entre dados brutos e decisões inteligentes, entre números que se acumulam e insights que impulsionam negócios. Não é exagero dizer que o machine learning está redefinindo a forma como empresas competem, inovam e se relacionam com seus clientes.

O que é Machine Learning?

Vivemos na era dos dados. Para se ter uma ideia, como disse Holly Robertson, vice-presidente de vendas de soluções de investimento quantitativos do HSBC Global Markets, “De acordo com a IBM, 90% dos dados do mundo foram criados nos últimos dois anos. E provavelmente voltaremos a dizer a mesma coisa daqui a dois anos.”

O problema é que, na maioria das vezes, esses dados ficam guardados em silos, sem gerar valor. É aqui que o machine learning (aprendizado de máquina) entra em cena: transformar essa massa bruta de informações em insights, previsões e decisões inteligentes.

Em termos simples, machine learning é a capacidade de uma máquina aprender com dados, identificar padrões e tomar decisões sem ser explicitamente programada para cada situação. É como se o computador deixasse de ser apenas uma calculadora e começasse a agir como um “aprendiz incansável” que melhora a cada nova experiência..

A importância do Machine Learning

O ML deixou de ser apenas um tema acadêmico para se tornar um motor de transformação em empresas de todos os setores. Seja no varejo, nos bancos ou na indústria, ele está por trás das recomendações de produtos, da análise de crédito em segundos e até da detecção de fraudes em tempo real.

As empresas que já entenderam isso estão criando diferenciais competitivos gigantescos. Afinal, quem tem acesso a insights mais rápidos toma decisões melhores.

Hoje, o machine learning é aplicado em áreas como:

  • Prevenção de fraudes em cartões de crédito.
  • Chatbots inteligentes que reduzem custos no atendimento.
  • Análise de churn, ajudando a prever quando um cliente está prestes a cancelar.
  • Manutenção preditiva, antecipando falhas em máquinas antes que elas parem a produção.
  • Personalização extrema, recomendando o produto certo, para a pessoa certa, no momento certo.

Diferença entre Machine Learning, Inteligência Artificial e Deep Learning

Aqui está uma confusão comum: IA, ML e Deep Learning não são a mesma coisa. Pense assim:

  • Inteligência Artificial (IA): O guarda-chuva que abrange qualquer técnica que permita às máquinas simular a inteligência humana.
  • Machine Learning (ML): Um subconjunto da IA que se baseia em treinar algoritmos para aprender com dados.
  • Deep Learning: Um subconjunto do ML, que usa redes neurais profundas para resolver problemas ainda mais complexos, como reconhecimento de voz e visão computacional.

Em outras palavras, toda técnica de Deep Learning é Machine Learning, mas nem todo ML é Deep Learning.

Como funciona o Machine Learning?

O funcionamento do ML pode ser comparado ao aprendizado humano: quanto mais prática, mais acertos. O processo segue algumas etapas fundamentais:

  • Coleta e preparação de dados: Tudo começa com a qualidade da informação. Dados crus, incompletos ou sujos levam a resultados falhos. É preciso organizá-los, limpar inconsistências e transformá-los em algo compreensível para a máquina.
  • Treinamento de modelos: Nessa etapa, o algoritmo recebe os dados e busca padrões, tentando ajustar seus parâmetros para se aproximar do resultado esperado.
  • Avaliação: aqui o modelo é testado com dados que ele nunca viu antes, para medir se realmente aprendeu ou se apenas “decorou” o conjunto inicial.
  • Ajuste e melhoria contínua: O modelo vai sendo refinado em ciclos, até alcançar resultados mais confiáveis.

Por exemplo: imagine que queremos treinar um algoritmo para reconhecer imagens de gatos. No início, ele recebe milhares de fotos rotuladas como “gato” ou “não gato”. Com isso, aprende que certas características, como o formato das orelhas, os olhos grandes ou o contorno do corpo, costumam estar presentes em gatos.

Depois, testamos o algoritmo com imagens novas. Se ele acerta, ótimo. Se erra, o modelo ajusta seus cálculos internos (o chamado processo de otimização) para reduzir a chance de repetir o mesmo erro. Aos poucos, ele deixa de confundir um cachorro de pelo curto com um gato e começa a acertar em cenários mais complexos, como fotos em ângulos diferentes ou em ambientes com pouca luz.

Esse ciclo de tentativa, erro e ajuste é o que torna o machine learning poderoso. Quanto mais dados variados o modelo recebe, mais nuances ele aprende e mais robusta fica sua capacidade de generalização, aproximando-se cada vez mais do que chamamos de “inteligência artificial aplicada”.

Tipos de Machine Learning

Existem quatro principais abordagens de aprendizado:

  • Supervisionado: Quando os dados já têm rótulos, como “essa imagem é um cachorro, essa é um gato”.
  • Não supervisionado: Quando os dados não têm rótulos e o algoritmo descobre padrões por conta própria.
  • Semi-supervisionado: Mistura os dois, com parte dos dados rotulados.
  • Por reforço: O aprendizado ocorre por tentativa e erro, com recompensas ou punições.

Vantagens do Machine Learning

Adotar ML nas empresas pode gerar três grandes impactos:

  • Reconhecimento de padrões: Identificar comportamentos de clientes e prever tendências.
  • Automação inteligente: Liberar pessoas de tarefas repetitivas, permitindo foco em inovação.
  • Melhoria contínua: Modelos que aprendem e se aperfeiçoam constantemente, tornando-se cada vez mais precisos.

Possíveis desafios do Machine Learning

Claro, nem tudo são flores. Implementar ML também traz obstáculos:

  • Viés nos dados: Se o conjunto de treinamento é enviesado, o resultado também será.
  • Necessidade de grandes volumes de dados: Sem quantidade e qualidade, o modelo não funciona.
  • Recursos técnicos: Exige profissionais capacitados e infraestrutura de computação robusta.
  • Consumo de recursos: Pode demandar muito tempo de processamento.

Casos de uso do Machine Learning

O ML já é uma realidade em diversas frentes:

  • Robotic Process Automation (RPA): Quando integrado ao ML, consegue automatizar processos complexos como análise de documentos jurídicos.
  • Marketing digital: Previsão de comportamento e personalização em tempo real.
  • Atendimento ao cliente: Chatbots cada vez mais humanos.
  • Segurança cibernética: Detecção de ameaças antes que virem ataques reais.
  • Saúde: Análise de exames e previsão de epidemias.

Vá além

O futuro aponta para uma convergência entre IA, ML e BRMS (Business Rules Management Systems). Enquanto o machine learning aprende com dados e gera previsões, os BRMS garantem que as decisões sigam políticas claras e regras de negócio configuradas. Essa união cria um ecossistema em que empresas não apenas preveem o que pode acontecer, mas também sabem exatamente como reagir.

Na Abaccus, acreditamos que a verdadeira revolução vem dessa combinação: aprendizado automatizado mais regras de negócio inteligentes. Assim, os dados não só contam histórias, mas também guiam decisões consistentes e escaláveis.

Perguntas Frequentes

1. O que é Machine Learning em termos simples?

2. Qual é a diferença entre Machine Learning e Inteligência Artificial?

3. Quais setores já usam Machine Learning?

4. Como o BRMS se conecta ao Machine Learning?

5. Por que usar Machine Learning com BRMS pode ser estratégico?