O mercado global de seguros especiais deve crescer de 134,6 bilhões de dólares em 2025 para 215,8 bilhões em 2030. Descubra as tendências, os desafios e como esse setor está redesenhando o futuro da proteção de riscos complexos, com insights também para o Brasil.
SegurosO setor de seguros especiais (specialty insurance) não vive da rotina, mas da complexidade. Quando o risco foge da curva e os modelos tradicionais não dão conta, é aí que esse mercado encontra espaço. Segundo a Mordor Intelligence, o segmento deverá crescer de 134,61 bilhões de dólares em 2025 para 215,82 bilhões em 2030, avançando em um ritmo robusto de 9,89% ao ano.
Esse crescimento é alimentado por uma combinação de fatores globais que vão desde o aumento no comércio internacional até a aceleração de riscos climáticos e tecnológicos. Empresas e indivíduos de alto patrimônio estão cada vez mais expostos a eventos imprevisíveis, e isso redefine a forma como a proteção precisa ser desenhada.
Mais do que números, o mercado se move por tendências que reposicionam a forma como riscos são avaliados e mitigados.
Se por um lado há apetite de mercado, por outro, o setor enfrenta gargalos sérios:
O mercado brasileiro de seguros ainda é muito concentrado nos ramos tradicionais (auto, saúde e vida), mas já mostra movimentação em seguros especiais, principalmente com a expansão digital e a pressão por coberturas mais complexas.
Entre os principais players que vêm liderando o setor no país:
Essas companhias têm buscado inspiração no mercado internacional para adotar modelos de embedded insurance e parametrização, alinhando-se ao movimento global.
A competição no setor de seguros especiais já não se define apenas pelo tamanho da carteira ou pela rede de corretores. O que diferencia líderes de seguidores é a capacidade de transformar dados em inteligência acionável em tempo real.
Satélites e IoT permitem monitorar riscos de forma contínua, seja um navio em alto-mar, um parque solar no interior do Brasil ou uma frota de caminhões em rodovias congestionadas. Esse nível de granularidade possibilita modelos de precificação dinâmica, nos quais o prêmio do seguro se ajusta conforme a exposição real ao risco.
O blockchain começa a ocupar espaço em áreas críticas, como a validação de ativos digitais, o combate a fraudes em sinistros e a autenticação de obras de arte e colecionáveis. Isso reduz custos de compliance e acelera processos que antes levavam semanas.
A inteligência artificial é talvez o motor mais disruptivo: ela já não serve apenas para calcular prêmios, mas para analisar contratos, detectar padrões de fraude em milissegundos e até interpretar imagens de desastres naturais para agilizar pagamentos.
Enquanto gigantes globais como AIG, Allianz e AXA defendem seu espaço usando escala, players de nicho como Beazley e Hiscox mostram que a verdadeira rentabilidade vem de especialização apoiada em tecnologia.
No Brasil, o movimento das insurtechs vem pressionando as seguradoras tradicionais a repensarem processos. Startups como Thinkseg (com modelo 100% digital) ou Pier (que usa algoritmos para aprovar sinistros em segundos) mostram que a experiência do cliente pode ser transformada em algo mais rápido, transparente e customizado. Essa pressão já obriga os grandes grupos nacionais a acelerar sua transformação digital, seja por aquisições, parcerias ou criação de laboratórios internos de inovação.
Mais do que uma corrida por eficiência, a tecnologia redefine o próprio conceito de seguro. Em vez de um contrato estático, ele passa a ser uma plataforma viva, que ajusta coberturas conforme o comportamento do cliente, o contexto climático ou até indicadores econômicos em tempo real.
O futuro do seguro especial não será definido por quem tem mais capital, mas por quem consegue transformar dados complexos em produtos simples e acessíveis. A digitalização via plataformas embutidas, a busca por proteção diante da crise climática e a demanda por coberturas inéditas mostram que o mercado caminha para se tornar ainda mais estratégico para empresas e indivíduos.
É justamente nesse cenário que soluções como um BRMS (Business Rules Management System) se tornam diferenciais. Elas permitem que seguradoras criem regras de negócio adaptáveis em tempo real, respondendo com agilidade às mudanças regulatórias, às novas demandas dos clientes e aos riscos emergentes que surgem a cada dia.