Gestão de políticas de garantias: Você vai automatizar ou continuar pagando para errar?

Enquanto países emergentes transformam a gestão de garantias em política de Estado, muitas empresas brasileiras ainda operam no improviso. Está na hora de mudar.

Mercado
8 minutos
de leitura
Abaccus
06.06.2025

Enquanto muitas empresas brasileiras ainda tentam equilibrar a gestão de garantias com planilhas manuais, e-mails soltos e decisões pouco rastreáveis, outros países estão avançando a passos largos. Em janeiro de 2025, o governo da Índia lançou o Mutual Credit Guarantee Scheme (MCGS-MSME), que prevê até R$ 7 trilhões em garantias para fomentar o setor industrial, com 60% de cobertura em empréstimos de até R$ 100 milhões voltados à aquisição de máquinas e equipamentos. A meta é clara: elevar a participação da indústria no PIB de 17% para 25%.

Esse movimento mostra como a gestão de garantias estruturada e apoiada por tecnologia está se tornando uma política de Estado em economias emergentes. E aqui no Brasil? Ainda vivemos um cenário em que a maioria das empresas não sabe exatamente quais garantias estão válidas, vencidas ou fora dos critérios mínimos exigidos.

A verdade é que o novo ciclo do crédito já começou, e ele exige rastreabilidade, governança e agilidade. Não se trata apenas de conceder crédito, mas de fazê-lo com base em ativos que sejam bem gerenciados, continuamente monitorados e respaldados por políticas vivas e, principalmente, automatizadas.

O impacto invisível da gestão manual

Empresas que ainda operam com processos manuais ou sistemas desintegrados na gestão de garantias enfrentam um custo oculto que mina sua competitividade dia após dia. Cada exceção tratada fora do sistema, cada garantia cadastrada sem critérios consistentes, cada regra aplicada de forma subjetiva cria um efeito dominó de retrabalho, lentidão e insegurança.

Esses efeitos não aparecem no DRE imediatamente, mas se acumulam em forma de prejuízo operacional, perda de oportunidades e, em muitos casos, processos judiciais por falhas de documentação ou descumprimento contratual.

Quando a governança das garantias é frágil, surgem riscos como aceitação de ativos fora do perfil de cobertura, não monitoramento da vigência de seguros, ausência de documentos obrigatórios e dificuldade para rastrear o histórico de alterações nas regras. Em empresas que operam em múltiplas frentes, como filiais, grupos econômicos ou várias classes de garantia, essa complexidade se multiplica.

Nesse cenário, a automação deixa de ser uma opção e passa a ser uma necessidade estratégica.

O que uma solução automatizada de garantias entrega de verdade?

Automatizar a gestão de garantias não é só sobre tecnologia. É sobre inteligência aplicada ao negócio. O objetivo é centralizar, controlar e monitorar tudo em tempo real, com precisão e rastreabilidade. Isso permite que as regras sejam aplicadas de forma consistente, auditável e escalável. Uma boa solução permite:

  • Cadastro e parametrização inteligente de garantias, com critérios personalizados para cada tipo de ativo ou operação financeira, possibilitando uma aceitação mais segura e controlada.
  • Monitoramento contínuo e proativo das garantias, com alertas automáticos sobre vencimentos, desvios de cobertura e pendências documentais, permitindo ações rápidas antes que o risco se materialize.
  • Indicadores e gráficos de risco dinâmicos, que mostram, por exemplo, o percentual da carteira com cobertura válida, as garantias prestes a expirar ou a concentração por tipo de ativo.
  • Filtros avançados e segmentações estratégicas, como análise por grupo econômico, cedente, filial ou tipo de operação, otimizando o processo decisório e tornando-o mais ágil e transparente.
  • Rastreabilidade total das decisões e alterações, garantindo segurança jurídica, conformidade com auditorias e histórico completo de como cada política foi aplicada.

Ao adotar essa abordagem, a empresa transforma um processo operacionalmente frágil em uma plataforma de inteligência que dá suporte à tomada de decisão.

A vantagem está na governança das políticas

O que separa uma empresa madura de uma que apenas “usa sistemas” é a capacidade de manter uma governança viva e transparente das suas políticas. Isso significa ter regras claras, atualizadas e aplicadas de forma automatizada, com agilidade para revisá-las conforme o mercado muda.

Soluções baseadas em BRMS (Business Rules Management System) são fundamentais para que as áreas de negócio tenham autonomia para adaptar suas políticas sem depender da TI ou sem precisar mexer em código. Isso dá velocidade e segurança.

Uma nova exigência do regulador, uma mudança no perfil de aceitação de duplicatas ou um novo parâmetro de liquidez pode ser incluído em minutos, e não em semanas.

Essa governança protege a empresa de subjetividade, falhas humanas e decisões mal documentadas, sem engessar a operação. Automatizar não é perder controle, é ganhar visão.

Os ganhos não são incrementais. São exponenciais.

Quem aposta na automação da gestão de políticas de garantias não colhe apenas economia de tempo. Colhe escalabilidade, precisão e diferencial competitivo. Os principais resultados relatados por empresas que implementaram esse tipo de solução incluem:

  • Redução de até 88% no tempo de processamento, segundo estudo de caso da FPT Software, ao aplicar automação em processos de crédito com regras e análise de documentos.
  • Queda significativa nos erros de cadastro e falhas na aceitação de ativos, com melhoria na qualidade dos dados e redução de retrabalho.
  • Conformidade regulatória fortalecida, com relatórios automatizados e evidências claras de cumprimento de normas internas e externas.
  • Centralização das informações em um único ambiente confiável, eliminando o uso de planilhas soltas, documentos em rede ou sistemas paralelos que dificultam a gestão.
  • Aumento da previsibilidade financeira e da capacidade de antecipação a riscos, com base em dados visuais e históricos facilmente acessíveis.

Esses resultados não vêm apenas da tecnologia, mas da mudança de mentalidade. Empresas que enxergam suas garantias como um ativo estratégico colhem eficiência, solidez e confiança do mercado.

Perguntas Frequentes

1. A automação serve só para grandes empresas?

2. Automatizar substitui o time de crédito?

3. Preciso jogar fora meus sistemas atuais?

4. É possível criar regras diferentes por operação ou filial?

5. Quanto tempo leva para implementar um sistema de gestão automatizada?